- Maria Maron e André Borim
- agosto 25, 2020
- 10:49 am
Muito se ouve falar sobre a importância de ter uma cultura data driven. Não é a toa que as profissões da área de dados estão entre as mais promissoras do mercado.
A resposta para como encontrar esses e outros profissionais concorridos do mercado está na própria cultura data driven: ter um processo de recrutamento baseado em dados.
Aqui na INTERA temos a cultura data driven como um dos nossos pilares e buscamos sempre desenvolver ainda mais essa característica.
Não coincidentemente a nossa taxa de assertividade passou de 75% para 91% desde que criamos um time voltado para a análise de dados dos nossos processos.
Mas se você está se perguntando isso, você não precisa ter um engenheiro de dados para construir um recrutamento data driven.
Você só precisa ter a mentalidade certa, algumas ferramentas e saber o que exatamente deve analisar.
Mas afinal, o que é recrutamento data driven?
O recrutamento data driven é aquele em que todas as decisões tomadas são baseadas em dados.
Em um mercado onde contratar profissionais de tecnologia está cada dia mais concorrido, não existe mais espaço para tomar decisões de contratação com base em “achismos”.
Ter um processo embasado e rico em dados pode ser a linha entre contratar o melhor profissional do mercado ou perdê-lo para a sua concorrência.
A coleta, o armazenamento e análise de dados devem estar presentes antes do contato com os talentos, desde o alinhamento de perfil entre gestores e recrutadores.
É um processo com muitos detalhes e que deve continuar até mesmo depois da contratação.
Quanto mais dados você coletar, mais ferramentas e fundamentos você terá para atrair e selecionar os melhores profissionais.
E quais são os benefícios de realizar um recrutamento data driven?
Dentre os inúmeros benefícios de um processo baseado em dados, podemos destacar os seguintes:
- Eliminar decisões baseadas em achismos: quando você tem suporte de dados para tomar decisões, o seu time fica muito mais propenso a tomar a decisão correta.
- Melhorar a qualidade das contratações: ao analisar dados no processo de recrutamento, o seu time tem a possibilidade de responder perguntas como por exemplo “através de quais canais chegam os melhores talentos?”.
Observar esse tipo de informação permite que a sua empresa utilize canais mais estratégicos e aumente a qualidade dos talentos no processo. - Diminuir o tempo para fechar uma vaga: se a sua empresa leva muito tempo para fechar determinadas posições, existem algumas perguntas que você pode se fazer, como por exemplo “quais etapas têm a menor taxa de conversão?” ou “existe alguma etapa que está levando mais tempo do que o esperado?”.
Ao analisar esses dados o seu time pode direcionar esforços para otimizar o processo de forma mais estratégica, diminuindo o tempo gasto para contratações. - Diminuir o custo por contratação: esse benefício surge principalmente como uma consequência dos benefícios anteriores.
Ao garantir melhores contratações em menos tempo, somado com a consequente redução dos índices de turnover, os seus gastos com contratações tornam-se cada vez menores e o budget do seu time pode ser utilizado de forma mais estratégica.
Vamos à prática. Como estruturar um processo de recrutamento data driven?
Como qualquer outra área que utilize dados para tomar suas decisões, a área de recrutamento precisa:
1. Ter uma base para armazenamento de dados
Onde os dados coletados vão ser armazenados? O seu time de recrutamento recebe diariamente milhares de dados importantes que podem (e devem) ser coletados.
Mas para isso é necessário que exista uma infraestrutura capaz de guardar esses dados.
2. Definir os indicadores que o time precisa olhar
Existem diversos dados que são muito relevantes para o time de recrutamento analisar, por exemplo:
a) dados numéricos da operação
– quantas sessões foram feitas na sua página de vaga?
– quantos usuários únicos viram a sua página?
– quantas pessoas concluíram a inscrição para a vaga?
– quantas entrevistas foram feitas em sua vaga?
– quantas contratações foram geradas pelo seu processo?
b) dados dos talentos do processo:
– quais são os motivos do talento não concluir a inscrição da sua vaga?
– através de quais canais vieram os melhores talentos?
– quais foram os principais motivos de desistência no processo?
– de quais empresas vieram os talentos com maior fit com a sua empresa?
– quais são as palavras-chave mais recorrentes nos perfis desses talentos?
– quais são os motivos do talento não concluir a inscrição da sua vaga?
No entanto, se a sua empresa ainda não realiza um recrutamento data driven, você deve começar entendendo quais são os principais objetivos do time e definir os indicadores a partir disso.
Exemplo: se o seu time precisa de uma alto fluxo de entrevistas a serem realizadas, o número de inscrições e de talentos que passam da triagem inicial são indicadores que essencialmente devem ser observados. Ao analisar as suas taxas de conversão entre as etapas iniciais e a entrevista, a sua empresa consegue calcular quantos talentos serão necessários em cada etapa do funil para ter o número ideal de candidatos a serem entrevistados.
3. Utilizar ferramentas de coleta e segmentação de dados
Quais são as ferramentas que o seu time utiliza para coletar dados?
Se a inscrição para o seu processo ocorre através de formulários, para onde e de que forma as respostas de cada campo são enviadas?
Depois de coletados os seus dados precisam ser bem segmentados. Para isso, uma boa estrutura de banco de dados é fundamental.
Se decidir que as inscrições de todos os processos seletivos sejam direcionadas para uma mesma tabela, saiba como diferenciar vagas e projetos diferentes.
4. Definir um canal para acompanhamento dos dados coletados em tempo real
Nada adianta ter uma base de armazenamento e fazer a coleta dos dados se eles não podem ser acessados e analisados pelo seu time, certo?
A sua empresa precisa ter um canal onde os dados sejam atualizados automaticamente e tenham uma boa visibilidade, tornando a análise das informações um processo diário do seu time.
Caso o seu time tenha acesso, existem diversas soluções do mercado que cumprem muito bem a função de organização e apresentação de dados.
A mais conhecida é o Power BI, da Microsoft, mas também vale considerar o Datastudio, do Google. Com elas, o seu time pode organizar a coleta e apresentação de dados de forma bastante clara e útil.
O ideal seria que um Analista de Business Inteligence ou outro profissional que una o conhecimento do negócio com Analytics seja o responsável pela criação destas ferramentas de apresentação de dados (também conhecidas como dashboards).
Porém vale destacar que esse seria apenas um diferencial!
Caso você não tenha esses profissionais no time da sua empresa, você não precisa ter uma dashboard super completa e cheia de variáveis, basta criar uma planilha bem estruturada e organizada.
5. Ter um processo de tomada de decisões baseado nesses dados.
Tendo cumprido os passos anteriores, a sua empresa já tem uma boa estrutura para iniciar um recrutamento data driven, mas é preciso ter um processo para isso.
Antes de qualquer coisa, uma mudança de cultura é essencial para que o seu time efetivamente observe os dados e tome decisões com base neles. Isso precisa fazer parte do dia-a-dia da sua área de recrutamento.
Na INTERA utilizamos personagens para ilustrar o que chamamos de nossos “ways of thinking” {nossos principais valores) e um deles ilustra exatamente essa cultura data driven, nos lembrando de sempre tomar decisões baseadas em dados.
Além disso, o seu processo precisa ser constantemente retroalimentado com esses dados, para que ele siga em constante desenvolvimento.
Uma dica interessante para fazer isso é criar rituais periódicos (a cada 2 semanas, mensalmente…) onde o seu time observe os dados coletados e discutam em conjunto como o processo de recrutamento pode ser otimizado a partir deles.
Se possível, envolver colaboradores fora da área de recrutamento, que vão oferecer uma outra visão do negócio, torna o processo bem mais rico!
Conclusão
Ter um recrutamento data driven traz diversos benefícios para a sua empresa e garantirá que o seu time continue evoluindo.
Criar esse processo leva tempo e o seu desenvolvimento não se encerra nunca, na medida em que a sua empresa vai ter mais dados para lidar diariamente.
No entanto, esse processo não precisa ser algo super complexo e tecnológico, você pode utilizar as ferramentas que tem disponíveis e ir amadurecendo com o tempo.
O importante é começar de algum lugar!
Dê os primeiros passos para um recrutamento data driven com a Intera
Sabemos que o dia a dia nos Times de RH são corridos e o quanto é difícil conciliar a alta qualificação dos candidatos com as demandas de gestão do funil de talentos.
Ao invés de lidar constantemente com a busca por candidatos, que tal deixar isso com a gente?
Enquanto o seu time coloca em prática as dicas acima para desenvolver um processo cada vez mais eficiente e baseado em dados, a Intera oferece candidatos qualificados para o seu processo de forma rápida e assertiva
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